segunda-feira, novembro 08, 2004
JP-ZINE
Do erudito à eletrônica
DaLua, Mad Zoo, Dolores, ChicoCorrêa e Gilberto Monte misturam
música eletrônica com samba, baião e bossa nova. São alguns dos nomes
mais expressivos da cena nacional e estarão juntos no 10º Fenart. O
encontro será histórico
* ANDRÉ CANANÉA
Uma das boas surpresas da décima edição do Fenart, que tem início
na próxima sexta-feira, é a inclusão de música eletrônica no variado
cardápio do festival. "O Fenart segue atento às raízes culturais.
Segue também antenado com o que há de mais contemporâneo no universo
artístico. Daí estarmos homenageando a Zabé da Loca e Canhoto da
Paraíba, mas também reservando espaço para novas expressões
artísticas", diz a presidente em exercício da Funesc, Glauce Cunha
Lima. "É por esta razão que estamos incluindo na programação do
festival a música eletrônica. É juntar num só espaço a música erudita,
passando pela popular até o que há de mais novo: a música eletrônica".
A brigada é formada por gente tarimbada do meio. Pelo menos de um
segmento do universo da música eletrônica: o carioca Marcelinho DaLua,
o paulista Mad Zoo, o pernambucano Dolores, o baiano Gilberto Monte e
o paraibano ChicoCorrêa. Boa parte dessa turma estará se apresentando
na sexta-feira, a partir das 22 horas no palco 2 da Praça do Povo.
Somente DJ Dolores é que toca no domingo, a partir das 23h30, no palco
1.
Não pense que esses músicos/DJs/produtores irão fazer uma rave
techneira no Espaço Cultural. O beat aqui pulsa ao som da música
brasileira. O time escalado pela produção do Fenart traz grandes nomes
da música eletrônica que usa o remix a favor da MPB, e não contra ela.
É uma turma que reconstrói do samba à bossa nova, dando a clássicos da
música popular brasileira uma roupagem moderna e interessante. É
música cerebral, moderna e bem feita. E dá pra dançar!
DaLua, por exemplo, é hoje um dos cinco mais importantes
produtores de música eletrônica do País. Seu grupo, o Bossacucanova,
formado por ele, Márcio Menescal (filho de Roberto Menescal, ícone da
bossa nova) e Alexandre Moreira, faz uma curiosa releitura de bossa
nova e clássicos da MPB (domingo passado, o Vida & Arte trouxe uma
matéria sobre o novo CD do grupo, Uma Batida Diferente). Mas não é só
isso. O moço está em alta na MTV com o clipe do remix que ele fez para
"Cotidiano", de Chico Buarque, que aqui aparece na voz do sambista e
ator Seu Jorge. Ficou jóia.
E mais: Marcelinho DaLua também aparece no novo CD do Cabruêra, O
Samba da Minha Terra. DaLua remixou "Magis-trado Ladrão", que entrou
como bônus-track do CD. O outro bônus do álbum também é um remix
("Zabé Sabe"), desta vez assinado pelo paraibano ChicoCorrêa, que
também integra o elenco.
ChicoCorrêa, codinome do guitarrista e arranjador Esmeraldo
Marques, é tido por jornalistas do Sudeste como um gênio da música
eletrônica. Com formação erudita pela UFPB, Esmeraldo traz para a
música eletrônica do ChicoCorrêa sua formação musical clássica. Ele
diz que estará se apresentando ao lado do baiano Gilberto Monte. A
parceria é antiga e teve início no ano passado, quando o paraibano e o
baiano subiram juntos no palco do "Loops & Roots", evento que rolou
nas ladeiras do Pelourinho, em Salvador.
* ChicoCorrêa toca quinta no Rio
Antes do Fenart, ChicoCorrêa faz escala no Rio de Janeiro. Ele é
uma das atrações do festival "Isto é Música (?/!)", que acontece
semanalmente no Centro Cultural Banco do Brasil e tem como proposta
mostrar a diversidade da música eletrônica no Brasil.
Chico embarca com a vocalista da Electronic Band, Larissa
Montenegro, e o baixista Ed, e o produtor multimídia Didier Guigue.
(AC)
* DJ Dolores traz novo projeto a João Pessoa
Gilberto Monte faz parte do duo baiano de trip-hop (quem foi que
disse que só de rock e axé vive Salvador?) tara_code (assim menos, com
letras minúsculas e underline). Dá um tempo no projeto e vem solo a
João Pessoa, encontrar ChicoCorrêa. Traz na bagagem guitarra e um
laptop, que tanto funciona como pedal para a guitarra quanto como mesa
de efeitos. ChicoCorrêa, por sua vez, estará usando loops e
computador. A idéia é fazer um "live p.a.".
"Live p.a. (a sigla quer dizer Live Performance Artistic, ou
performance artística ao vivo) é quando se faz música eletrônica ao
vivo, com os instrumentos sendo tocados na hora, diferente de mixar as
músicas prontas, como os DJs convencionais fazem", explica
ChicoCorrêa, acrescentando que a idéia é improvisar em cima de bases
pré-gravadas, como um jazz hi-tech.
REGIONAL
O pernambucano Dolores é um dos primeiros DJs a se destacar dentro
e fora do Brasil na fusão de música regional com eletrônica. Com dois
discos no currículo, divide seu tempo entre o Brasil e o exterior –
constantemente faz apresentações na Europa. Seus sets são recheados
com maracatus, baiões, forrós e tudo que se cultiva nos arredores. Vem
ao Fenart com seu novo projeto, Aparelhagem, que estreou no RecBeat,
em fevereiro, onde mistura metais, reggae, percussão e música
eletrônica.
Mad Zoo é do cast da Trama. Por trás dos projetos mais bacanas de
música eletrônica que flertam com a MPB, pode apostar, está o nome do
rapaz. O paulista, que já trabalhou com o cultuado trio inglês
Morcheeba, também é conhecido por ter remixado, de uma maneira inédita
no País, "Só tinha de ser com você", na versão original de Elis Regina
(presente no álbum Nova Vida – Vol. 1).
Além disso, tem dois discos bacanas pela Trama: Techno-zoide e
Trama DB Sessions, este último, dividido com Patife, um dos nomes
fortes do drum 'n' bass no País.
Distração à parte, o cineasta Carlos Downling, que vem ganhando
destaque como o primeiro VJ da cidade – é colaborador assíduo dos
shows de ChicoCorrêa & Electronic Band – foi escalado para "ilustrar"
os shows com imagens pitorescas em um telão. (AC)
Do erudito à eletrônica
DaLua, Mad Zoo, Dolores, ChicoCorrêa e Gilberto Monte misturam
música eletrônica com samba, baião e bossa nova. São alguns dos nomes
mais expressivos da cena nacional e estarão juntos no 10º Fenart. O
encontro será histórico
* ANDRÉ CANANÉA
Uma das boas surpresas da décima edição do Fenart, que tem início
na próxima sexta-feira, é a inclusão de música eletrônica no variado
cardápio do festival. "O Fenart segue atento às raízes culturais.
Segue também antenado com o que há de mais contemporâneo no universo
artístico. Daí estarmos homenageando a Zabé da Loca e Canhoto da
Paraíba, mas também reservando espaço para novas expressões
artísticas", diz a presidente em exercício da Funesc, Glauce Cunha
Lima. "É por esta razão que estamos incluindo na programação do
festival a música eletrônica. É juntar num só espaço a música erudita,
passando pela popular até o que há de mais novo: a música eletrônica".
A brigada é formada por gente tarimbada do meio. Pelo menos de um
segmento do universo da música eletrônica: o carioca Marcelinho DaLua,
o paulista Mad Zoo, o pernambucano Dolores, o baiano Gilberto Monte e
o paraibano ChicoCorrêa. Boa parte dessa turma estará se apresentando
na sexta-feira, a partir das 22 horas no palco 2 da Praça do Povo.
Somente DJ Dolores é que toca no domingo, a partir das 23h30, no palco
1.
Não pense que esses músicos/DJs/produtores irão fazer uma rave
techneira no Espaço Cultural. O beat aqui pulsa ao som da música
brasileira. O time escalado pela produção do Fenart traz grandes nomes
da música eletrônica que usa o remix a favor da MPB, e não contra ela.
É uma turma que reconstrói do samba à bossa nova, dando a clássicos da
música popular brasileira uma roupagem moderna e interessante. É
música cerebral, moderna e bem feita. E dá pra dançar!
DaLua, por exemplo, é hoje um dos cinco mais importantes
produtores de música eletrônica do País. Seu grupo, o Bossacucanova,
formado por ele, Márcio Menescal (filho de Roberto Menescal, ícone da
bossa nova) e Alexandre Moreira, faz uma curiosa releitura de bossa
nova e clássicos da MPB (domingo passado, o Vida & Arte trouxe uma
matéria sobre o novo CD do grupo, Uma Batida Diferente). Mas não é só
isso. O moço está em alta na MTV com o clipe do remix que ele fez para
"Cotidiano", de Chico Buarque, que aqui aparece na voz do sambista e
ator Seu Jorge. Ficou jóia.
E mais: Marcelinho DaLua também aparece no novo CD do Cabruêra, O
Samba da Minha Terra. DaLua remixou "Magis-trado Ladrão", que entrou
como bônus-track do CD. O outro bônus do álbum também é um remix
("Zabé Sabe"), desta vez assinado pelo paraibano ChicoCorrêa, que
também integra o elenco.
ChicoCorrêa, codinome do guitarrista e arranjador Esmeraldo
Marques, é tido por jornalistas do Sudeste como um gênio da música
eletrônica. Com formação erudita pela UFPB, Esmeraldo traz para a
música eletrônica do ChicoCorrêa sua formação musical clássica. Ele
diz que estará se apresentando ao lado do baiano Gilberto Monte. A
parceria é antiga e teve início no ano passado, quando o paraibano e o
baiano subiram juntos no palco do "Loops & Roots", evento que rolou
nas ladeiras do Pelourinho, em Salvador.
* ChicoCorrêa toca quinta no Rio
Antes do Fenart, ChicoCorrêa faz escala no Rio de Janeiro. Ele é
uma das atrações do festival "Isto é Música (?/!)", que acontece
semanalmente no Centro Cultural Banco do Brasil e tem como proposta
mostrar a diversidade da música eletrônica no Brasil.
Chico embarca com a vocalista da Electronic Band, Larissa
Montenegro, e o baixista Ed, e o produtor multimídia Didier Guigue.
(AC)
* DJ Dolores traz novo projeto a João Pessoa
Gilberto Monte faz parte do duo baiano de trip-hop (quem foi que
disse que só de rock e axé vive Salvador?) tara_code (assim menos, com
letras minúsculas e underline). Dá um tempo no projeto e vem solo a
João Pessoa, encontrar ChicoCorrêa. Traz na bagagem guitarra e um
laptop, que tanto funciona como pedal para a guitarra quanto como mesa
de efeitos. ChicoCorrêa, por sua vez, estará usando loops e
computador. A idéia é fazer um "live p.a.".
"Live p.a. (a sigla quer dizer Live Performance Artistic, ou
performance artística ao vivo) é quando se faz música eletrônica ao
vivo, com os instrumentos sendo tocados na hora, diferente de mixar as
músicas prontas, como os DJs convencionais fazem", explica
ChicoCorrêa, acrescentando que a idéia é improvisar em cima de bases
pré-gravadas, como um jazz hi-tech.
REGIONAL
O pernambucano Dolores é um dos primeiros DJs a se destacar dentro
e fora do Brasil na fusão de música regional com eletrônica. Com dois
discos no currículo, divide seu tempo entre o Brasil e o exterior –
constantemente faz apresentações na Europa. Seus sets são recheados
com maracatus, baiões, forrós e tudo que se cultiva nos arredores. Vem
ao Fenart com seu novo projeto, Aparelhagem, que estreou no RecBeat,
em fevereiro, onde mistura metais, reggae, percussão e música
eletrônica.
Mad Zoo é do cast da Trama. Por trás dos projetos mais bacanas de
música eletrônica que flertam com a MPB, pode apostar, está o nome do
rapaz. O paulista, que já trabalhou com o cultuado trio inglês
Morcheeba, também é conhecido por ter remixado, de uma maneira inédita
no País, "Só tinha de ser com você", na versão original de Elis Regina
(presente no álbum Nova Vida – Vol. 1).
Além disso, tem dois discos bacanas pela Trama: Techno-zoide e
Trama DB Sessions, este último, dividido com Patife, um dos nomes
fortes do drum 'n' bass no País.
Distração à parte, o cineasta Carlos Downling, que vem ganhando
destaque como o primeiro VJ da cidade – é colaborador assíduo dos
shows de ChicoCorrêa & Electronic Band – foi escalado para "ilustrar"
os shows com imagens pitorescas em um telão. (AC)
"Isto é Música (?/!)"
CCBB-Rio de Janeiro
Teatro III
De 11 de novembro a 5 de dezembro - quinta a domingo às 20h
Demonstrando a diversidade e a vitalidade da música eletrônica
brasileira, a série reúne artistas de todo o país e seus artefatos
sonoros. Do toca-discos ao laptop, colagens sonoras, ritmos e
harmonias improváveis gerando novos limites da percepção musical.
::De 11 a 14 de novembro às 20h
Chico Correa, Pio Lobato, Obaachan e Chelpa Ferro
::De 18 a 21 de novembro às 20h
Anavil Fx, Marcelo Birck, Roger Moore e Daniela Ramos / Laptropic e
Observatório Auditivo
::De 25 a 28 de novembro às 20h
tara_ code, Satã Bárbara, Gerador Zero e Esquadrão Atari
::De 2 a 5 de dezembro às 20h
Paulo Vivacqua/Monjope, Nery Bauer, Ima Metzaltzelin, Re:Combo
CCBB-Rio de Janeiro
Teatro III
De 11 de novembro a 5 de dezembro - quinta a domingo às 20h
Demonstrando a diversidade e a vitalidade da música eletrônica
brasileira, a série reúne artistas de todo o país e seus artefatos
sonoros. Do toca-discos ao laptop, colagens sonoras, ritmos e
harmonias improváveis gerando novos limites da percepção musical.
::De 11 a 14 de novembro às 20h
Chico Correa, Pio Lobato, Obaachan e Chelpa Ferro
::De 18 a 21 de novembro às 20h
Anavil Fx, Marcelo Birck, Roger Moore e Daniela Ramos / Laptropic e
Observatório Auditivo
::De 25 a 28 de novembro às 20h
tara_ code, Satã Bárbara, Gerador Zero e Esquadrão Atari
::De 2 a 5 de dezembro às 20h
Paulo Vivacqua/Monjope, Nery Bauer, Ima Metzaltzelin, Re:Combo