sexta-feira, fevereiro 14, 2003
Campinas - Quinta-Feira, 14 de Fevereiro de 2002 -
http://www.cpopular.com.br - Ano V
Abril Pro Rock 2003 promete outra noite de sonhos
Que rufem os tambores! Senão o melhor, o mais
tradicional festival de música pop do Brasil já tem a
programação de sua 11ª edição praticamente definida. O
Abril Pro Rock 2003, que vai rolar dos dias 11 a 13 do
mês que lhe empresta o nome no Centro de Convenções de
Pernambuco, na divisa do Recife com Olinda, deve
contar com as seguintes atrações: Nação Zumbi, O
Rappa, Dolores & Orquestra Santa Massa, Instituto,
Stereo Maracanã e Chico Correa; Ratos de Porão,
Hanagorik, Mukeka di Rato, Dead Fish e algum grupo
gringo underground a ser confirmado; Ira!, Los
Hermanos, Nando Reis, Cachorro Grande e Junior
Barreto. Segundo o idealizador do evento, Paulo André
Pires, a escalação completa só não foi divulgada ainda
porque resta uma banda principal que está sendo
negociada.
Festival que, a partir de 1993, abriu (sem
trocadilhos) os ouvidos do resto do País para o som
que estava fermentando nos mangues da capital
pernambucana e pavimentou a ascensão de boa parte do
pop relevante brasileiro da década de 90, o Abril Pro
Rock teve de passar por concessões para viabilizar sua
sobrevivência. À sua maior virtude, que era revelar
artistas para o público e para o mercado, foi
acrescentada a necessidade de contratar artistas que
garantam a bilheteria. Com a experiência de quem
produz shows há mais de 15 anos quase sempre sem o
apoio de grandes empresas, Paulo André confia no seu
tino em mesclar novidades com bandas já estabelecidas
para deixar tanto a audiência e a crítica quanto a
própria organização satisfeitas.
Neste ano, o dólar fechou as portas para a contratação
de estrangeiros. Se eventos de porte como o Free Jazz
foram cancelados devido à escalada do câmbio, imagine
uma iniciativa independente como o Abril Pro Rock. A
vinda de um grupo alemão para engordar as fileiras da
segunda noite, tradicionalmente devotada ao metal e ao
hardcore, está sendo cogitada apenas porque os custos
serão amortizados pelo selo paulistano Nitrominds, que
aproveitará o ensejo para marcar datas em outras
cidades. Do contrário, o festival iria se limitar a
representantes nacionais, entre velhos conhecidos e
promessas – o que, diga-se, não é nenhum demérito,
face a qualidade de muitos dos listados.
Algo intangível e incomensurável, a vibração do Abril
Pro Rock está assegurada com o que promete ser uma
reprise da “noite dos sonhos” que aconteceu em 2001.
Naquela ocasião, Nação Zumbi, Asian Dub Foundation e O
Rappa abriram o festival despejando rajadas de grooves
sinuosos que abalaram as estruturas do Centro de
Convenções. Os tambores dos recifenses dando
seguimento ao legado da (agora entidade) Chico
Science, os anglo-indianos apresentando seu coquetel
sônico com especiarias e os cariocas desidratando as
cerca de 20 mil pessoas presentes (recorde do evento)
com seus hits conscientes.
No próximo dia 11 de abril, Dolores & Orquestra Santa
Massa vão mostrar no palco principal a química entre
eletrônica e regionalidade, ao lado da Nação Zumbi com
os petardos de seu auto-intitulado álbum (o melhor de
2002 na opinião da coluna) e do Rappa, sempre uma
comoção. No palco secundário, a trupe do Rio Stereo
Maracanã e o núcleo paulistano Instituto têm tudo para
escrever mais um capítulo da busca por um suingue
brasileiro que assimila influências de fora, regurgita
e devolve um ritmo que é coisa nossa. Ainda há o
paraibano Chico Correa (Chick Corea?), que,
programando samba com dub com guitarra com bossa,
configura-se em um belo produto de exportação enquanto
os compatriotas fingem-se de surdos. Depois disso, as
outras duas noites, respectivamente dedicadas à música
pesada e ao pop/rock, já começam com o jogo ganho.
Todos ao Recife, então.
http://www.cpopular.com.br - Ano V
Abril Pro Rock 2003 promete outra noite de sonhos
Que rufem os tambores! Senão o melhor, o mais
tradicional festival de música pop do Brasil já tem a
programação de sua 11ª edição praticamente definida. O
Abril Pro Rock 2003, que vai rolar dos dias 11 a 13 do
mês que lhe empresta o nome no Centro de Convenções de
Pernambuco, na divisa do Recife com Olinda, deve
contar com as seguintes atrações: Nação Zumbi, O
Rappa, Dolores & Orquestra Santa Massa, Instituto,
Stereo Maracanã e Chico Correa; Ratos de Porão,
Hanagorik, Mukeka di Rato, Dead Fish e algum grupo
gringo underground a ser confirmado; Ira!, Los
Hermanos, Nando Reis, Cachorro Grande e Junior
Barreto. Segundo o idealizador do evento, Paulo André
Pires, a escalação completa só não foi divulgada ainda
porque resta uma banda principal que está sendo
negociada.
Festival que, a partir de 1993, abriu (sem
trocadilhos) os ouvidos do resto do País para o som
que estava fermentando nos mangues da capital
pernambucana e pavimentou a ascensão de boa parte do
pop relevante brasileiro da década de 90, o Abril Pro
Rock teve de passar por concessões para viabilizar sua
sobrevivência. À sua maior virtude, que era revelar
artistas para o público e para o mercado, foi
acrescentada a necessidade de contratar artistas que
garantam a bilheteria. Com a experiência de quem
produz shows há mais de 15 anos quase sempre sem o
apoio de grandes empresas, Paulo André confia no seu
tino em mesclar novidades com bandas já estabelecidas
para deixar tanto a audiência e a crítica quanto a
própria organização satisfeitas.
Neste ano, o dólar fechou as portas para a contratação
de estrangeiros. Se eventos de porte como o Free Jazz
foram cancelados devido à escalada do câmbio, imagine
uma iniciativa independente como o Abril Pro Rock. A
vinda de um grupo alemão para engordar as fileiras da
segunda noite, tradicionalmente devotada ao metal e ao
hardcore, está sendo cogitada apenas porque os custos
serão amortizados pelo selo paulistano Nitrominds, que
aproveitará o ensejo para marcar datas em outras
cidades. Do contrário, o festival iria se limitar a
representantes nacionais, entre velhos conhecidos e
promessas – o que, diga-se, não é nenhum demérito,
face a qualidade de muitos dos listados.
Algo intangível e incomensurável, a vibração do Abril
Pro Rock está assegurada com o que promete ser uma
reprise da “noite dos sonhos” que aconteceu em 2001.
Naquela ocasião, Nação Zumbi, Asian Dub Foundation e O
Rappa abriram o festival despejando rajadas de grooves
sinuosos que abalaram as estruturas do Centro de
Convenções. Os tambores dos recifenses dando
seguimento ao legado da (agora entidade) Chico
Science, os anglo-indianos apresentando seu coquetel
sônico com especiarias e os cariocas desidratando as
cerca de 20 mil pessoas presentes (recorde do evento)
com seus hits conscientes.
No próximo dia 11 de abril, Dolores & Orquestra Santa
Massa vão mostrar no palco principal a química entre
eletrônica e regionalidade, ao lado da Nação Zumbi com
os petardos de seu auto-intitulado álbum (o melhor de
2002 na opinião da coluna) e do Rappa, sempre uma
comoção. No palco secundário, a trupe do Rio Stereo
Maracanã e o núcleo paulistano Instituto têm tudo para
escrever mais um capítulo da busca por um suingue
brasileiro que assimila influências de fora, regurgita
e devolve um ritmo que é coisa nossa. Ainda há o
paraibano Chico Correa (Chick Corea?), que,
programando samba com dub com guitarra com bossa,
configura-se em um belo produto de exportação enquanto
os compatriotas fingem-se de surdos. Depois disso, as
outras duas noites, respectivamente dedicadas à música
pesada e ao pop/rock, já começam com o jogo ganho.
Todos ao Recife, então.