terça-feira, março 30, 2004

Jornal da Paraíba

Paraíba, terça-feira, 30 de março de 2004

O Samba do Cabruêra

Novo CD do Cabruêra traz peso sem abandonar o forró esferográfico

ANDRÉ CANANÉA
O mês de abril, ao que parece, é do Cabruêra. O grupo paraibano – que está passando férias em casa – vai lançar seu segundo disco, Samba da Minha Terra, no mês que vem. O pré-lançamento do disco acontece com o show do Abril Pro Rock (16, 17 e 18 de abril no Centro de Convenções de Olinda). Arthur Pessoa, vocalista da banda paraibana de maior projeção no exterior (ver box), revelou, por e-mail, que o Cabruêra será a terceira banda a se apresentar na última noite do festival, o domingo, abrindo o palco 1, destinado às grandes atrações da noite, como O Rappa e Pitty.

Samba da Minha Terra sairá com 12 faixas novinhas em folha. Entre elas, uma versão para “Carcará” (João do Valle) e outra para “Proibido Cochilar” (Antônio Barros). Além disso, o CD, que será lançado pela gravadora carioca Nikita Records (que distribuiu o primeiro CD da banda para o mundo), virá com duas faixas-bônus, na verdade dois remixes, um assinado por Chico Corrêa e o outro pelo carioca Marcelinho Da Lua, conhecido pelo seu projeto junto ao Bossacucanova.

O disco teve produção caprichada. As bases foram gravadas no lendário estúdio carioca Nas Nuvens em apenas três dias. Depois, as faixas foram trabalhadas em mais dois estúdios do Rio de Janeiro, o Som de Neguim (do George Israel, do Kid Abelha) e o Fábrica de Chocolates, sob a batuta do produtor Nilo Romero, que assina a produção de discos do Moska e Engenheiros do Hawaii, entre tantos outros.

Depois, o CD foi encaminhado à mixagem de Walter Costa (Pet Shop Mundo Cão, do Zeca Baleiro) e masterizado por Ricardo Garcia no seu Magic Masters, um dos estúdios mais conceituados em termos de masterização (o disco de Maria Rita foi masterizado lá). Ao todo, Samba da Minha Terra consumiu cinco meses de trabalho árduo. Atualmente, o álbum está sendo prensado na fábrica e deverá chegar às lojas no final de abril.

PESO
A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA participou de uma audição do novo disco. Junto com Zé Guilherme, vocal e percussão do Cabruêra, pôde ouvir sete das 12 faixas do CD, numa cópia pré-mix, sem ter passado pela masterização, mas que deu para dar uma boa idéia do que os fãs podem esperar para o próximo trabalho.

Peso é a palavra de ordem do novo trabalho do Cabruêra. Agora com a qualidade de um disco gravado por uma grande gravadora (embora a Nikita não tenha grande porte), grupo investe na percussão, sem deixar de lado o forró esferográfico. Ao mesmo tempo que traz um vigor inédito em disco – mas presente nos shows mais recentes da banda – não deixa de lado o suingue captado na pegada regional que fez a fama do grupo.

Cem por cento orgânico, como confirma Zé Guilherme, três faixas colaram logo de cara na audição improvisada: “Magistrado ladrão”, muralha sônica que lembra os caminhos trilhados pela Nação Zumbi em seu último disco dos pernambucanos; a instrumental “Erectus cactus” e “Zabé”, faixa que homenageia Zabé da Loca e que aparece novamente no final do CD remixada por Chico Corrêa.

Grupo poderá voltar à Europa em junho

Lá pelo meio do ano, o Cabruêra espera voltar à Europa para mostrar o novo trabalho. A idéia é desembarcar por lá entre junho e julho, época do verão e de grandes festivais. De 2000 pra cá, o grupo já foi quatro vezes à Europa. Já tocaram em festivais na Inglaterra, Bélgica, Portugal, Alemanha, Holanda e França. E ainda emplacaram músicas em coletâneas na França (Favela Chic-Posto Nove 3), Portugal (Brazil Lounge 2) e Alemanha (Brazil Allstars).

Na última vez que estiveram lá, em janeiro passado, o Cabruêra ganhou uma baita projeção ao ser uma das atrações brasileiras do francês Midem, a maior feira mundial da indústria fonográfica. Para este ano, a idéia é entrar na programação do festival dinamarquês Roskilde Festival, onde já tocaram Skank, Björk e San-tana. (AC)




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