domingo, abril 25, 2004
Do Jornal O Norte, matéria sobre nosso amigo, colaborador e monstro mór:
ADRIANA CRISANTO
Repórter
adriana@jorrnalonorte.com.br
O artista plástico e quadrinista Shiko, inaugura, simultaneamente, nesta sexta, 23, na loja de discos Música Urbana (Visconde Pelotas - centro), Comic House (Esquina 200 - Tambaú) e Design Tatoo (Duque de Caxias - centro) a exposição inédita "Aquarela que passarinho não bebe". O vernissage acontece na Música Urbana a partir das 17h38, com um pocket-show do grupo Chico Correa & Eletronic Band e discotecagem do DJ Charles Darling. A mostra, com entrada franca, fica no local de segunda a sexta, das 9h às 18h, e sábado, das 9h às 14h. E de segunda a sábado, das 9h às 21h, na Comic House e Design Tattoo até o dia 22 de maio.
Nesta exposição estão reunidos 18 desenhos em aquarela, nanquim e acrílico, todos em papel, com tamanhos que variam de 30 X 40 cm e 1,20 X 80 cm. "Essa é a primeira vez que exponho desenhos", contou Shiko que também trabalha com grafitagem artística. A escolha dos lugares para esta exposição ao mesmo tempo em que tem haver com o próprio universo do artista é a oportunidade de expor obras de arte em lugares completamente inusitados, fora das galerias de arte, e abrir espaços para as artes em ambientes comerciais.
Os trabalhos de Shiko têm uma relação muito próxima com o cinema, música, literatura, artes plásticas e os quadrinhos. Os desenhos mostram ainda, na sua concepção, toda urbanidade característica de sua vida, sem formalidades. Considerando as características individuais do artista e o contexto de sua produção os desenhos são também parte do espelho de uma tribo, que mesmo indo de encontro aos conceitos formados, consegue penetrar com força e mostrar aspectos culturais de uma sociedade que algumas pessoas chamam de "alienada".
As telas não possuem títulos, mas tem um outro aspecto importante: um argumento para composição, uma dificuldade sentida nos trabalhos de outros artistas quando têm uma boa idéia e não sabem transpor para o papel do princípio ao fim o que querem dizer. Para alcançar matizes coloridas diferentes nas telas as tintas são diluídas em água, por isso o título "Água que passarinho não bebe", que segundo Shiko, foi sugerido pelo amigo Bruno Sales.
Francisco José Souto Leite, mais conhecido por Shiko, é natural de Patos (PB) ou "Ducks", como americanizaram seus colegas, mas reside em João Pessoa há mais de sete anos. O apelido "Shiko" (com S, H e K), surgiu quando trabalhava numa agência publicitária, em Brasília, onde existiam três pessoas com o mesmo nome. "Para ser radical e diferente eu troquei todas as letras da forma correta e acabou pegando", revelou. Pouco tempo depois acabou descobrindo que o nome é de origem japonesa e também se refere ao nome da postura de uma arte marcial, o Kung Fu, que segundo ele significa "a área de alcance da lâmina de um samurai".
Shiko fez escola no Marginal Zine, publicação alternativa, quando ainda residia em Patos. Em 1997, fixou residência em João Pessoa e começou a pintar em acrílico sobre tela. Paralelo ao trabalho com as telas se dedicou ao universo dos quadrinhos, aonde vem produzindo a novela gráfica "Blue Note", baseado no texto de um amigo (Biu). "Inicialmente iria ter 80 páginas. Quando tinha 50 eu achei que com mais 30 terminaria. Hoje ela esta com 100 e ainda esta faltando 30 páginas para terminar", confidenciou.
O texto, conforme o quadrinista, não tinha situações bem definidas e os personagens não possuíam nomes, tudo se resumia a diálogos. "A partir daí comecei a dar cara aos personagens", disse. A novela se constitui em várias histórias curtas que vão se entrelaçando. Boa parte dos episódios acontece num bar, em que um trio de músicos de jazz formado por um robô que toca trompete, um sapo que toca piano, um negão que toca baixo, além de uma boneca inflável que começa fazendo streep e depois é incorporada ao grupo.
Quem acompanha de perto o trabalho de Shiko sabe que seu quadrinho pouco está ligado às tiras de humor, sempre foi centrado na área de ficção científica e adaptação de contos, como de Augusto dos Anjos, Moacyr Scliar e Eduardo Galiano. Ele disse que recentemente se descobriu produzindo alguns desenhos com humor. "Não como trabalho autoral", contou. Infelizmente o trabalho de Shiko nunca foi encartado em livro ou catalogado. Parte de seus quadrinhos e desenhos estão publicados em produções alternativas do Estado e do Sul do país. A intenção, segundo ele, é fazer com que o álbum com a novela "Blue Note" possa ser negociada com alguma editora.
Aquarela Corrosiva
Shiko expõe Aquarela Que Passarinho Não Bebe, simultaneamente em três locais, a partir desta sexta-feira
ADRIANA CRISANTO
Repórter
adriana@jorrnalonorte.com.br
O artista plástico e quadrinista Shiko, inaugura, simultaneamente, nesta sexta, 23, na loja de discos Música Urbana (Visconde Pelotas - centro), Comic House (Esquina 200 - Tambaú) e Design Tatoo (Duque de Caxias - centro) a exposição inédita "Aquarela que passarinho não bebe". O vernissage acontece na Música Urbana a partir das 17h38, com um pocket-show do grupo Chico Correa & Eletronic Band e discotecagem do DJ Charles Darling. A mostra, com entrada franca, fica no local de segunda a sexta, das 9h às 18h, e sábado, das 9h às 14h. E de segunda a sábado, das 9h às 21h, na Comic House e Design Tattoo até o dia 22 de maio.
Nesta exposição estão reunidos 18 desenhos em aquarela, nanquim e acrílico, todos em papel, com tamanhos que variam de 30 X 40 cm e 1,20 X 80 cm. "Essa é a primeira vez que exponho desenhos", contou Shiko que também trabalha com grafitagem artística. A escolha dos lugares para esta exposição ao mesmo tempo em que tem haver com o próprio universo do artista é a oportunidade de expor obras de arte em lugares completamente inusitados, fora das galerias de arte, e abrir espaços para as artes em ambientes comerciais.
Os trabalhos de Shiko têm uma relação muito próxima com o cinema, música, literatura, artes plásticas e os quadrinhos. Os desenhos mostram ainda, na sua concepção, toda urbanidade característica de sua vida, sem formalidades. Considerando as características individuais do artista e o contexto de sua produção os desenhos são também parte do espelho de uma tribo, que mesmo indo de encontro aos conceitos formados, consegue penetrar com força e mostrar aspectos culturais de uma sociedade que algumas pessoas chamam de "alienada".
As telas não possuem títulos, mas tem um outro aspecto importante: um argumento para composição, uma dificuldade sentida nos trabalhos de outros artistas quando têm uma boa idéia e não sabem transpor para o papel do princípio ao fim o que querem dizer. Para alcançar matizes coloridas diferentes nas telas as tintas são diluídas em água, por isso o título "Água que passarinho não bebe", que segundo Shiko, foi sugerido pelo amigo Bruno Sales.
Francisco José Souto Leite, mais conhecido por Shiko, é natural de Patos (PB) ou "Ducks", como americanizaram seus colegas, mas reside em João Pessoa há mais de sete anos. O apelido "Shiko" (com S, H e K), surgiu quando trabalhava numa agência publicitária, em Brasília, onde existiam três pessoas com o mesmo nome. "Para ser radical e diferente eu troquei todas as letras da forma correta e acabou pegando", revelou. Pouco tempo depois acabou descobrindo que o nome é de origem japonesa e também se refere ao nome da postura de uma arte marcial, o Kung Fu, que segundo ele significa "a área de alcance da lâmina de um samurai".
Shiko fez escola no Marginal Zine, publicação alternativa, quando ainda residia em Patos. Em 1997, fixou residência em João Pessoa e começou a pintar em acrílico sobre tela. Paralelo ao trabalho com as telas se dedicou ao universo dos quadrinhos, aonde vem produzindo a novela gráfica "Blue Note", baseado no texto de um amigo (Biu). "Inicialmente iria ter 80 páginas. Quando tinha 50 eu achei que com mais 30 terminaria. Hoje ela esta com 100 e ainda esta faltando 30 páginas para terminar", confidenciou.
O texto, conforme o quadrinista, não tinha situações bem definidas e os personagens não possuíam nomes, tudo se resumia a diálogos. "A partir daí comecei a dar cara aos personagens", disse. A novela se constitui em várias histórias curtas que vão se entrelaçando. Boa parte dos episódios acontece num bar, em que um trio de músicos de jazz formado por um robô que toca trompete, um sapo que toca piano, um negão que toca baixo, além de uma boneca inflável que começa fazendo streep e depois é incorporada ao grupo.
Quem acompanha de perto o trabalho de Shiko sabe que seu quadrinho pouco está ligado às tiras de humor, sempre foi centrado na área de ficção científica e adaptação de contos, como de Augusto dos Anjos, Moacyr Scliar e Eduardo Galiano. Ele disse que recentemente se descobriu produzindo alguns desenhos com humor. "Não como trabalho autoral", contou. Infelizmente o trabalho de Shiko nunca foi encartado em livro ou catalogado. Parte de seus quadrinhos e desenhos estão publicados em produções alternativas do Estado e do Sul do país. A intenção, segundo ele, é fazer com que o álbum com a novela "Blue Note" possa ser negociada com alguma editora.