quinta-feira, abril 01, 2004
Jornal o Norte
João Pessoa quinta-feira, 1 de Abril de 2004
Músicas radicais
Didier Guigue, francês radicado na Paraíba, coordena recital e faz homenagem ao minimalista John Cage
Músicas Radicais do Século XX" é o título do evento coordenado pelo professor e compositor Didier Guigue e executado pelos alunos concluintes do bacharelado em música do Departamento de Música da Universidade Federal da Paraíba (Demús/UFPB). A apresentação esta prevista para começar às 21h00, no Cine Bangüê do Espaço Cultural José Lins do Rego, com entrada aberta ao público.
No concerto estão incluídas composições do italiano Luciano Bário, falecido ano passado, Jorge Antunes, dos norte-americanos Steve Reiche, Terry Riley (idealizadores do movimento minimalistas), além de uma criação coletiva do filosofo e compositor John Cage. Esta é a segunda vez que o projeto acontece. A intenção, segundo Didier Guigue, é que o projeto seja realizado pelo menos uma vez no ano. "Ele depende muito do interesse dos alunos", comentou. O concerto terá duração de 1h10 minutos.
De acordo com Didier, o objetivo desde o início é socializar, tocar e mostrar para o público obras de compositores importantes de décadas passadas. Para este concerto os alunos prepararam performances das seguintes obras: "Homenagem a John Cage", com a turma da disciplina de Estética VI; "Brim" e "Três Duetti perdue Violini Béia, Valério e Igor", do compositor Luciano Bério; "Redundantie II" e "Inutilenfa", de Jorge Antunes; "Music for Pieces of Wood", de Steve Reich e finalizando a apresentação, "In C", de Terry Riley. "Pensamos em levar este evento a outros lugares, gravar um vídeo digital e um CD", disse.
Segundo o professor, o interesse das pessoas pelas produções eletrônicas tem aumentado nos últimos anos, mas a falta de equipamentos em sala de aula tem impossibilitado que ela cresça, principalmente em João Pessoa. "Quem tem sorte e possui um bom computador em casa ainda consegue fazer boas produções", comentou. Ele diz ainda que a UFPB dispõe de professores para ensinar a teoria, para pesquisar, mas, infelizmente ainda não possui estrutura física.
Em João Pessoa, algumas pessoas se reúnem para estudar e criar composições eletrônicas. Muitos ainda vivem nos guetos divulgando sua produção para um grupo fechado de pessoas. Um dos poucos que tem conseguido projeção é o Chico Correa Eltronic Band que tem a frente o disciplinado músico Esmeraldo Marques, uma das crias de Didier Guigue.
Outras comunidades eletrônicas estão espalhadas pelo país uma delas é o Pragatecno, composta por músicos do nordeste interessados na produção de e-music e ainda o 2 Mekanik - E-Projekt Made in João Pessoa, que dispõe de uma página na internet sobre música eletrônica, com matérias, playlists, novidades, uma breve história e explicação sobre cada estilo eletrônico, fotos, flyers psicodélicos e entre outras dicas.
Para quem não conhece Didier Guigue é natural da França, mas reside em João Pessoa desde 1982. É doutor em Musicologia do século XX pela Ecole des Hautes em Sciences Sociales-Paris-França. Possui Pós Graduação em Estética, Ciência & Tecnologia das Artes pela Universidade de Paris. É professor adjunto da UFPB, onde leciona Estética da Música do Século XX e Computação aplicada à Música. Didier é também pesquisador e consultor no CNPq, em que coordena um grupo interdisciplinar de pesquisas integrando computação e análise da música do século XX.
O compositor privilegia os gêneros envolvendo o eletrônico e o computador, tanto na vertente erudita, quanto popular. Escreve também música instrumental, na qual afloram referências afro-brasileiras. Tem colaborado com vários músicos e grupos paraibanos, como Pedro Osmar, Tribo Ethnos e Quinteto da Paraíba.
Tem obras eletrônicas publicadas em CD's especializados na Inglaterra e nos Estados Unidos. Em 1999, lançou no Brasil, pelo selo CPC-UMES, um CD intitulado Vox Victimae, reunindo a sua mais recente criação entre pop/rock progressivo e música algorítmica
João Pessoa quinta-feira, 1 de Abril de 2004
Músicas radicais
Didier Guigue, francês radicado na Paraíba, coordena recital e faz homenagem ao minimalista John Cage
Músicas Radicais do Século XX" é o título do evento coordenado pelo professor e compositor Didier Guigue e executado pelos alunos concluintes do bacharelado em música do Departamento de Música da Universidade Federal da Paraíba (Demús/UFPB). A apresentação esta prevista para começar às 21h00, no Cine Bangüê do Espaço Cultural José Lins do Rego, com entrada aberta ao público.
No concerto estão incluídas composições do italiano Luciano Bário, falecido ano passado, Jorge Antunes, dos norte-americanos Steve Reiche, Terry Riley (idealizadores do movimento minimalistas), além de uma criação coletiva do filosofo e compositor John Cage. Esta é a segunda vez que o projeto acontece. A intenção, segundo Didier Guigue, é que o projeto seja realizado pelo menos uma vez no ano. "Ele depende muito do interesse dos alunos", comentou. O concerto terá duração de 1h10 minutos.
De acordo com Didier, o objetivo desde o início é socializar, tocar e mostrar para o público obras de compositores importantes de décadas passadas. Para este concerto os alunos prepararam performances das seguintes obras: "Homenagem a John Cage", com a turma da disciplina de Estética VI; "Brim" e "Três Duetti perdue Violini Béia, Valério e Igor", do compositor Luciano Bério; "Redundantie II" e "Inutilenfa", de Jorge Antunes; "Music for Pieces of Wood", de Steve Reich e finalizando a apresentação, "In C", de Terry Riley. "Pensamos em levar este evento a outros lugares, gravar um vídeo digital e um CD", disse.
Segundo o professor, o interesse das pessoas pelas produções eletrônicas tem aumentado nos últimos anos, mas a falta de equipamentos em sala de aula tem impossibilitado que ela cresça, principalmente em João Pessoa. "Quem tem sorte e possui um bom computador em casa ainda consegue fazer boas produções", comentou. Ele diz ainda que a UFPB dispõe de professores para ensinar a teoria, para pesquisar, mas, infelizmente ainda não possui estrutura física.
Em João Pessoa, algumas pessoas se reúnem para estudar e criar composições eletrônicas. Muitos ainda vivem nos guetos divulgando sua produção para um grupo fechado de pessoas. Um dos poucos que tem conseguido projeção é o Chico Correa Eltronic Band que tem a frente o disciplinado músico Esmeraldo Marques, uma das crias de Didier Guigue.
Outras comunidades eletrônicas estão espalhadas pelo país uma delas é o Pragatecno, composta por músicos do nordeste interessados na produção de e-music e ainda o 2 Mekanik - E-Projekt Made in João Pessoa, que dispõe de uma página na internet sobre música eletrônica, com matérias, playlists, novidades, uma breve história e explicação sobre cada estilo eletrônico, fotos, flyers psicodélicos e entre outras dicas.
Para quem não conhece Didier Guigue é natural da França, mas reside em João Pessoa desde 1982. É doutor em Musicologia do século XX pela Ecole des Hautes em Sciences Sociales-Paris-França. Possui Pós Graduação em Estética, Ciência & Tecnologia das Artes pela Universidade de Paris. É professor adjunto da UFPB, onde leciona Estética da Música do Século XX e Computação aplicada à Música. Didier é também pesquisador e consultor no CNPq, em que coordena um grupo interdisciplinar de pesquisas integrando computação e análise da música do século XX.
O compositor privilegia os gêneros envolvendo o eletrônico e o computador, tanto na vertente erudita, quanto popular. Escreve também música instrumental, na qual afloram referências afro-brasileiras. Tem colaborado com vários músicos e grupos paraibanos, como Pedro Osmar, Tribo Ethnos e Quinteto da Paraíba.
Tem obras eletrônicas publicadas em CD's especializados na Inglaterra e nos Estados Unidos. Em 1999, lançou no Brasil, pelo selo CPC-UMES, um CD intitulado Vox Victimae, reunindo a sua mais recente criação entre pop/rock progressivo e música algorítmica