segunda-feira, maio 31, 2004

Revista LabPop chega às bancas de todo o País com a missão de revelar novos talentos e com atenção especial ao Nordeste

ANDRÉ CANANÉA
Depois que a revista Bizz deixou de circular, abriu-se uma grande lacuna nas bancas de revistas para quem procurava uma publicação segmentada, que trouxesse boas e divertidas matérias sobre os ídolos de ontem e hoje e resenhas bacanas sobre os lançamentos nas lojas de discos. Desde que saiu o último número da Bizz, há três anos, outras revistas tentaram emplacar no mercado. A Frente surgiu em São Paulo para todo o Brasil, mas só durou três números. Era muito alternativa. A Zero, também de São Paulo, continua na batalha, mas sem grandes repercussões nesta parte de cima do País. Mais recentemente, chegou às bancas a Outras Coisas, revista criada por Lobão que vinga mais pelos CDs que vêm encartado do que pelo conteúdo, recheado com longos ensaios e artigos.

Agora surge a LabPop, abreviação para Laboratório Pop. A revista, que chega esta semana às bancas de todo o País tem o formato mais próximo da Bizz que as citadas acima. Seu objetivo: mapear os futuros astros e estrelas da música pop brasileira. Mas a revista não é só isso. Ao tempo que viaja até o underground, contempla o mainstream. Na edição de estréia, por exemplo, a revista traz uma entrevista com Lulu Santos, um perfil da Bianca Jordão (do grupo carioca Leela), uma matéria sobre a indústria fonográfica e ainda as apostas da revista para o futuro da música, incluindo entrevistas com a banda The Wakmen (sensação do Mada deste ano) e a promissora Gram, de São Paulo, além de resenhas para os principais lançamentos no Brasil e exterior.

Idealizada pelo jornalista carioca Mário Marques, ex-crítico de música de O Globo, e pelo produtor natalense Jomardo Jomas, o nome por trás do Mada, a LabPop sai com uma tiragem de 30 mil exemplares e pretende cobrir todo o País. Em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA, o editor Mário Marques revela que a LabPop tem todo interesse no Nordeste, a ponto de criar uma editoria em Natal que irá cuidar do Nordeste.

Contando com nomes como Antônio Carlos Miguel (O Globo), João Bernardo Caldeira (Jornal do Brasil) e Bruno Gouveia (vocalista do Biquíni Cavadão), entre outros jornalistas, a revista nasce em termos de internet, MP3 e crise no mercado fonográfico. Tempos bem diferentes de quando a gente ia comprar a Bizz nas bancas. A seguir, você lê os melhores momentos da entrevista com Mário Marques.
A ENTREVISTA
Qual a proposta da LabPop?!

Mário Marques - A proposta é fazer uma revista de música pop, cheirando a Coca-Cola, a Gisele Bundchen, a U2. É uma revista que entra no mercado para fazer um panorama nacional do que acontece no Brasil inteiro, seja em João Pessoa, seja em Rio Branco (AC), seja em Palmas (TO). Queremos fazer apostas e acompanhar as transformações pelas quais o mundo e a indústria estão passando. Estar à frente de tudo, do que vai acontecer com a música pop.

Falou-se que a revista dará uma atenção especial ao Nor-deste. Por quê?

A idéia da revista nasceu em Natal, durante o Mada, em vários papos com o Jomardo Jomas, produtor do Mada, parceiro na empreitada. Nada mais natural que olhemos para o Nordeste com mais atenção do que as outras revistas. Queremos sempre saber tintim por tintim o que João Pessoa está fazendo, quais as novidades, os talentos que estão surgindo. Teremos uma base em Natal, o que vai facilitar as coisas. Lá centralizaremos toda a produção do Nordeste. João Pessoa também é nossa prioridade. Não é à toa que saíram daí Cabruêra, ChicoCorrea & Electronic Band e Star 61, três das melehores novidades do Nordeste dos últimos anos na ala pop.

Haverá alguma ação promocional na Paraíba para o lançamento?

Estamos conversando com algumas pessoas para fazermos uma festa de lançamento em João Pessoa, mas ainda faltam alguns detalhes.

Que artistas do Nordeste mereceriam uma capa na LabPop?

Acho que tudo depende do timing. Todos esses que citei, por exemplo, merecem capa. Acho que a música pop vai passar muito mais pelo Nordeste nos próximos anos do que no auge do mangue beat. As bandas e artistas se profissionalizaram, estão mais maduras e as influências já não são mais só Chico Science. Existe uma identidade forte. Estou a cada dia mais impressionado com o som do ChicoCorrea. Uns ajustes aqui e ali, colocando um pouco mais de elementos regionais, e a banda pode se tornar um grande representante da música brasileira moderna no exterior.

O que você achou do desempenho do ChicoCorrea & E-band e Star 61 no Mada?

Como disse, acho o Esmeraldo e a Larissa (respectivamente guitarrista e programador e vocalista do ChicoCorrea & E-band) dois componentes fortes do melhor que a música moderna da Paraíba pode oferecer. Ela tem um brilho natural, um timbre único, uma divisão dela, uma interpretação única. Ele é um artesão dos sons, sabe exatamente o que o arranjo pede
. Sobre o Star 61, o que dá para dizer é que o Flaviano André é um compositor de mão cheia. Melodista pop de primeira. Mas ainda precisa de mais um tempo para burilar tudo.

Vão sair matérias com algum artista da Paraíba para os próximos números?

Todo número da LabPop teremos matérias ou críticas de artistas do Nordeste. É uma prioridade nossa. A revista será um motor da produção nordestina. Queremos que a revista tenha uma ótima venda por aí para que nossa distribuidora se sinta segura para investirmos cada vez mais no Nordeste.





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