quinta-feira, junho 23, 2005

Mostra Rumos Itaú Cultural Música:

PexbaA e Chico Correa

18/05/05

Os rumos da música nacional



Uma palavra resume a noite de quarta-feira: Experimentalismo. Os mineiros do pexbaA e o baiano radicado na Paraíba Chico Corrêa, com sua Eletronic Band, mostraram que música, criatividade e tecnologia podem andar lado a lado com bastante sucesso.

Experiências musicais – A começar do nome, a banda mineira criada em 1998 é, digamos, enigmática. Para quem não conhece, a primeira tendência é tentar entender a letra das músicas. Impossível. São compostas de palavras sem significados. A música também é fruto da idéia de que “qualquer som é fonte de criação”, segundo a banda. Depois de fazer um mapeamento através de seminários em todas as capitais do país, o Rumos começa a fazer algo prático para difundir o que os músicos têm feito de bom de Norte a Sul...
Inicialmente, o ouvinte pode resgatar da memória experiências musicais como as feitas pela “menor big band do mundo”, Os Mulheres Negras e também, mais recentemente, Karnak . O canto, em certos momentos, lembra sons indígenas, tribais. Mas é a própria expressão da música contemporânea, baseada na improvisação, no experimentalismo, uso da tecnologia.

A ausência de significado (compreensível) para as letras tem o objetivo de que cada um faça sua “interpretação pessoal”, além de não vincular a banda a um país, região, cultura ou movimento artístico específico.

Ou seja, tal como em um laboratório, o público participou não somente de um show, mas sim de um grande experimento, onde os elementos “químicos” eram o som das vozes e dos instrumentos, os sussurros, os gritos e o silêncio.

O regional e a tecnologia – Depois das experiências musicais do pexbaA, mais um “cientista” subiu ao palco. Acompanhado por Naza (contrabaixo), Larissa Montenegro (vocais), J. Cassiano (percussão), Vitor Ramalho (bateria e percussão) e o suíço Stephan (sax), ChicoCorrea (guitarra, programação eletrônica, efeitos digitais) trouxe ao Rumos Música a fusão dos ritmos brasileiros (coco, baião, repente, samba, etc.) com a música eletrônica, o jazz, os samples, o drum'n'bass.
Também conhecido internacionalmente, o produtor Esmeraldo Marques adotou o nome de ChicoCorrea em alusão ao pianista ChickCorea, responsável por fusões musicais e uso de novas tecnologias, há algumas décadas. Nascido na Bahia, hoje está radicado na capital paraibana.

No palco do Itaú Cultural, ChicoCorrea comandou a festa, tocando guitarra, operando bases eletrônicas e comandando efeitos (samples) em tempo real, captados das frases cantadas ou dos instrumentos, durante a apresentação. Muitas das músicas são folclóricas, resgatadas durante seus estudos no Laboratório de Estudos da Oralidade, da Universidade Federal da Paraíba.
O som, a vibração e a energia da banda contagiaram a platéia, que ficou extasiada com a qualidade da música de ChicoCorrea e sua Eletronic Band, uma perfeita fusão entre o som regional e a modernidade.
Texto: Fábio Davidson
retirado do site entrecantos




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